O dia em que perdi um pai

Hoje eu perdi um pai. Que me recebeu em sua bela grande família de braços abertos. E acabou fazendo parte da minha história por mais anos do que meu próprio pai biológico fez. Ele era quieto, mas festeiro, e sabia escolher um abacaxi docinho como ninguém. Amava nos brindar com sucos fresquinhos, carinhosamente feitos por ele. E adorava uma companhia para um bom vinho. Ele se preocupava comigo, e cuidava de mim; era um carinho que eu sentia mesmo de longe. Me levou em entrevistas de emprego, me ajudou a aprender a dirigir. Corajosamente, sem titubear, ele se ofereceu para me fazer companhia no meu primeiro trajeto de carro ao trabalho. Mas, acima de tudo, ele me deu um companheiro maravilhoso, criado à sua imagem e semelhança, com muita hombridade e honradez. Foi exemplo de justiça, honestidade, força e simplicidade. Homem de muitos sorrisos e poucas palavras. Eu o via praticamente todos os dias. E todas as vezes que eu me despedia, ele dizia "obrigado". E eu ficava tentando entender que tanto ele tinha a me agradecer. Hoje, ficou claro que era apenas mais uma das lições que aprendi com ele: a da gratidão gratuita. E a vida tem dessas coisas... Passados 20 (rápidos e intensos) anos, hoje é o meu dia de fazer a última despedida e agradecer. Seu Zé, adeus. E muito, muito obrigada. ✨Em memória ao meu sogro José Aparecido de Barros #amorsemfim #amoreterno #despedida

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